segunda-feira, 29 de março de 2010

TEORIA DEMOGRÁFICA III

NEOMALTHUSIANA

Com o fim da Segunda Guerra, foi realizada uma conferência de paz em 1945, em São Francisco (Estados Unidos), que deu origem à Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, foram discutidas estratégias de desenvolvimento, para evitar a eclosão de um novo conflito militar em escala mundial. Havia apenas um ponto de consenso entre os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto, da diminuição das desigualdades econômicas no planeta. Assim sendo, como explicar e, mais difícil ainda, enfrentar a questão da miséria nos países subdesenvolvidos?

Por que os países desenvolvidos defendem o neomalthianismo?

Esses países (subdesenvolvidos) buscaram identificar a raiz de seus problemas na colonização de exploração realizada em seus territórios e na desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Por isso, passaram a propor amplas reformas nas relações econômicas, em escala planetária, que diminuiriam as vantagens comerciais e, portanto, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos países subdesenvolvidos em direção aos desenvolvidos (o que não é vantajoso para estes últimos).

Qual foi a solução dos países desenvolvidos?
Neste contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência da fome e do atraso nos países subdesenvolvidos. Ela é defendida por setores da população e dos governos dos países desenvolvidos – e por alguns setores dos países subdesenvolvidos – com o intuito de se esquivarem das questões econômicas.
Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam menos recursos para serem investidos nos setores agrícola e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, conseqüentemente, da melhoria das condições de vida da população.